Não aceite soluções fáceis

Há sempre duas maneiras de solucionar um problema
Muitos erros e sofrimentos acontecem porque queremos dar soluções facéis e rápidas para problemas difíceis; o que é um grave erro que causa sérios problemas.
Quanto mais difícil o problema, tanto mais difícil será a sua solução, pois não há solução fácil quando o problema é difícil. Na vida também é assim, não há solução fácil, cômoda, rápida e barata para os problemas difíceis. Mas, infelizmente, no campo do comportamento estamos cheios de “soluções fáceis”, que, em vez de solucionarem os problemas, os tornam ainda mais graves.
Há sempre duas maneiras de solucionar um problema: a primeira será “fácil”: improvisada, rápida, cômoda, sem sacrifícios e, muitas vezes, imoral. A segunda será “difícil”: demorada, planejada, árdua e dispendiosa. A segunda maneira de se resolver um problema será eficaz e duradoura; a primeira, inócua e falsa. Não se arrisque.É fácil, por exemplo, retirar o pobre da rua e escondê-lo das vistas dos turistas; contudo, é difícil retirar a miséria do pobre e promovê-lo, mas esta é a medida difícil e correta. É fácil limitar o número de nascimentos, é fácil esterilizar homens e mulheres em massa como se fossem animais; assim como é fácil distribuir pílulas… Contudo, é difícil implantar uma eficaz e digna paternidade responsável.
É fácil fazer a guerra; difícil manter a paz. É fácil distribuir preservativos e seringas para se evitar a Aids; mas é difícil ensinar as pessoas sobre o emprego moral do sexo e o valor da castidade…
O grande problema do mundo não é resolver os seus problemas, mas “como” resolvê-los. Nunca acredite numa solução fácil e rápida. A sabedoria popular já aprendeu que “o barato sai caro” e que “a pressa é inimiga da perfeição”. As soluções sérias são eficazes e duradouras; geradas no sofrimento, na oração, na paciência, nas lágrimas, no diálogo, na compreensão, entre outros.
Não há solução fácil para problema difícil. Esta é a pior tendência do homem moderno: querer resolver todos os problemas de maneira rápida, com soluções imediatistas, atropelando o tempo, a moral, os costumes, a fé e o próprio Deus. Por fim ele se dá conta de que correu em vão. Acostumado a lidar com as coisas, a técnica e as máquinas, o homem de hoje se esquece de que ele é dotado de uma alma transcedente e imortal.
O Papa João Paulo II nos ensinou que as soluções propostas por Jesus Cristo, para os graves problemas da humanidade, são difíceis, mas jamais decepcionam. Jamais eu vi alguém chorar porque viveu os preceitos do Evangelho, mas eu já vi muita gente chorar porque não quis vivê-los.
O Mestre disse que aquele que não pratica os Seus ensinamentos é como aquele que constrói a casa na areia; e logo esta é destruída pelas tempestades e correntezas. Todo problema tem uma solução; senão deixa de ser problema. A solução nem sempre é facíl, mas sempre existe.

É a vontade de Deus que nos santifica!


A obediência da fé (Rm 1,5)
Os santos ensinam, com unanimidade, que o caminho da santidade é “fazer a vontade de Deus”. Isto nos santifica porque nos conforma com Jesus, o modelo da santidade, que, acima de tudo queria fazer a vontade de Deus em todo tempo.
A Encarnação foi a maneira que Jesus encontrou para, como Homem, fazer perfeitamente a vontade de Deus, que Adão não quis fazer, e assim anular o seu pecado.
A vontade de Deus nem sempre não coincide com a nossa. E aí está o primeiro passo para amar a Jesus: abdicar do que nós queremos, para fazer o que Ele quer. É o que São Paulo chamava de “a obediência da fé” (Rm 1,5), sem o quê é “impossível agradar a Deus” (Hb 11,6), já que o “justo vive pela fé” (Hab 2,4; Rm 1,17).
O profeta Isaías disse: “Meus pensamentos não são os vossos, e vosso modo de agir não é o meu, diz o Senhor, mas tanto quanto o céu domina a terra, tanto é superior à vossa a minha conduta e meus pensamentos ultrapassam os vossos” (Is 55, 8-9).
A lógica de Deus é diferente da nossa porque Ele vê todas as coisas, perfeitamente, enquanto a nossa visão é míope e limitada. É como se olhássemos a vida como um belo tapete persa, só que pelo lado do avesso.
Não podemos duvidar de que a vontade de Deus para nós “seja a melhor possível”, mesmo que seja incompreensível no momento.
O que mais agrada a Deus é trocarmos, consciente e livremente, a nossa vontade pela d’Ele, porque Isto é prova de muita fé, concreta. Quando damos esse passo, Ele substitui a nossa miséria pelo seu poder. Portanto, é preciso a cada dia, a cada passo, em cada acontecimento da vida, fazer esse exercício contínuo de aceitar a vontade do Senhor, que sabe o que faz.

O dom da missão é levar o amor de Jesus ao próximo


Ser fiel a missão escolhida, ajudar ao próximo, adorar fielmente Jesus Cristo, acolher a todos sem distinção de raça e cor e o principal espelhar a Boa Nova de Deus, assim é a vida daquelas pessoas que escolheram como vocação a vida consagrada.
Como é o caso da Irmã Maria da Misericórdia que é consagrada há nove anos ao Instituto das Filhas da Misericórdia do Santíssimo Sacramento, mais conhecido por todos como Toca de Assis.
O carisma desta comunidade missionária é o legado do amor dado por Deus, logo estes missionários (as) dedicam sua vida a adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento, ajudam os mais pobres e os abandonados de rua.
Ouça, na íntegra, o podcast da redação desta semana com a toqueira Irmã Maria da Misericórdia.
Segundo Irmã Maria da Misericórdia a comunidade Toca de Assis realiza um belo trabalho junto a Pastoral de Rua, ou seja, elas vão ao encontro destas pessoas que hoje estão na rua por algo que aconteceu na sua vida ou até mesmo por não ter opção.
“Nós vamos ao encontro daquele irmão que está na rua, passando fome, frio e qualquer tipo de necessidade. Sendo por algo material que a gente possa suprir no momento nós suprimos, mas se houver a necessidade de um encaminhamento como documentação, albergue ou até mesmo para as nossas casas fraternas, que acolhem tanto no ramo feminino como no masculino, levamos estas pessoas”, explicou a toqueira.
Hoje, no mundo, a presença dos missionários religiosos e leigos em países pobres, em que há realmente a necessidade de alguém que possa transmitir aquelas pessoas humildes, angustiadas e que muitas vezes são excluídas pelo governo, é muito importante, pois são eles que muitas vezes levam no coração uma palavra ou gesto de amor.
“Eu vejo que a presença de missionários religiosos e leigos é ser verdadeiramente sal da terra e luz do mundo neste ambientes, pois nós temos tantos testemunhos como da Madre Tereza de Calcutá, onde o depoimento dela demonstra o cuidado com aqueles pobres abandonados, doentes e crianças que foram mobilizando tantas pessoas a ajudarem e até mesmo o governo abrirem os olhos para aquela realidade”, refletiu a Irmã Maria.
Toda pessoa que está envolvida em uma comunidade missionária precisa fazer parte desta missão por vontade própria, mas acima de tudo por amor a Jesus. Esta presença missionária mesmo que seja silenciosa ela vai tocando o coração das pessoas que estão a sua volta para quem também possa contribuir com o bem.

I CONGRESSO DIOCESANO

I CONGRESSO DIOCESANO
Renovação Carismática Católica
Oeiras Piauí

Como deve ser o “Ano da Fé”?


É data que marcou o início do Concílio Vaticano II, em 1962. O Papa convocou o Sínodo dos Bispos no mês de outubro de 2012 que terá como tema: “A nova evangelização para a transmissão da fé cristã”, e que abrirá o “Ano da Fé”, que irá até a Festa de Cristo Rei, em novembro de 2013. É a Igreja cumprindo a missão que Jesus lhe deu: “Ide evangelizar!”.  A missão da Igreja é esta; Paulo VI disse que esta é a identidade e a missão da Igreja. Para a Igreja deixar de evangelizar seria como para o sol deixar de brilhar.

O Vaticano tem dado orientações de como deve ser este Ano especial. “O Ano da Fé quer contribuir para uma conversão renovada ao Senhor Jesus e à redescoberta da fé…”. A “Congregação da Fé” destaca que hoje é necessário um empenho maior a favor duma Nova Evangelização (“novo ardor, novos métodos e nova expressão”), para crer, reencontrar e comunicar a fé.Recordando o 50º aniversário de abertura do Concílio Vaticano II, destaca que no Ano da Fé devem-se encorajar as romarias dos fiéis ao Vaticano, bem como à Terra Santa. O papel especial de Maria no mistério da salvação deverá ser ressaltado, e recomenda também  romarias, celebrações e encontros nos maiores Santuários Marianos no mundo.


A Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro deverá ser um evento de destaque dentro do Ano da Fé, uma “ocasião privilegiada aos jovens para experimentar a alegria que provém da fé no Senhor Jesus e da comunhão com o Santo Padre, na grande família da Igreja”. Sejam organizados simpósios, congressos e encontros de grande porte, a nível paroquiano, diocesano e internacional, que favoreçam o encontro com testemunhos da fé e o conhecimento da doutrina católica. Neste sentido o Vaticano pede que os fiéis se aprofundem no conhecimento dos principais Documentos do Concílio Vaticano II e o estudo do Catecismo da Igreja Católica, o que vale de modo particular “para os candidatos ao sacerdócio”.

O Vaticano deseja que haja celebração de abertura do Ano da Fé e uma solene conclusão do mesmo a nível de cada Igreja particular. E em cada diocese do mundo deverá ser preparada uma jornada sobre o Catecismo da Igreja Católica.  Também é pedido que neste Ano da Fé os fiéis  acolham com maior atenção as homilias, as catequeses, os discursos e as outras intervenções do Papa. “Cada Bispo poderá dedicar uma sua Carta pastoral ao tema da fé, recordando a importância do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja”.

No período da quaresma, haja celebrações penitenciais para se pedir perdão a Deus, em particularmente pelos pecados contra a fé; e que haja maior frequência ao sacramento da Penitência. “As novas Comunidades e os Movimentos eclesiais, de modo criativo e generoso, saberão encontrar os modos mais adequados para oferecer o próprio testemunho de fé ao serviço da Igreja”.

O primeiro passo para o perdão!

O Senhor nos convida a fazer uma travessia como aquele povo de Deus [os filhos de Israel] fez ao atravessar o rio Jordão. Eles, passando o rio, entrariam na Terra Santa, na terra prometida, depois de caminharem quarenta anos, vindos do Egito, onde foram escravos por quatrocentos anos.

Assim como Deus fez com que eles atravessassem o mar Vermelho, também tinham de atravessar o rio Jordão. Deus mandou que os sacerdotes pegassem a Arca da Aliança e atravessassem o rio, dando passos na fé, pois, dessa forma, ele [rio] iria se dividir. As águas então escorreram e um vão foi se abrindo. Os sacerdotes pararam no meio do rio com a arca e o povo passou de pé enxuto.
Hoje estamos sendo convidados a fazer uma travessia assim, ou seja, a dar um passo na fé. Em Mt 18,21-35, quando Pedro pergunta a Jesus quantas vezes era preciso perdoar, o Senhor conta-lhe a parábola do patrão que agiu com justiça diante de seu empregado, e este, pedindo-lhe misericórdia, foi perdoado. Contudo, quando o empregado saiu de onde estava o patrão, encontrou um colega que lhe devia um valor mínimo, mas ele exigiu que este lhe pagasse a dívida. O colega, assim como o outro fizera antes, também lhe pediu misericórdia, pedindo-lhe que perdoasse sua dívida com ele. Mas o homem não lhe concedeu perdão e agiu com justiça. Então, Jesus disse a Pedro: "É assim que meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração o seu irmão" (Mt 18,35).

É esse o passo de fé que precisamos dar. Existem dois caminhos: o da justiça e o da misericórdia. Mas você não pode ir pelos dois caminhos, não dá para fazer as duas coisas. Se estamos no caminho da justiça, e assim tratamos os outros, não lhes perdoando, Deus vai usar conosco também da mesma justiça e não da misericórdia. E ai de nós se Deus usar de justiça conosco e não a misericórdia!

Meus irmãos, hoje é o dia de darmos o passo do perdão; mas nos assustamos com isso porque perdoar é difícil. A nossa grande dificuldade é pensar que – ao perdoar – estamos dando razão ao outro ou que ele não tem mais nenhuma dívida conosco.

Já agora, vá abrindo o seu coração e se dispondo a perdoar. Muitas vezes, enroscamo-nos em coisas pequenas e não perdoamos. E o perdão não dado, causa-nos o ressentimento.

Perdoar é o melhor para nós, é questão de inteligência. Perdoa, meu filho! É preciso dar este passo; você vai ver como aquilo que o estava fazendo infeliz vai desaparecer e você fará o seu caminho.

Muito mais do que falar a respeito de perdão, é preciso pedir ao Senhor e dispor o coração para que, na força de Deus, nós consigamos perdoar. Faça isso concretamente: "Senhor, dê-me a força de perdoar, diante disso eu perdôo". Diga o nome da pessoa e a situação que feriu você.

Durante o dia, você vai se lembrar de outras coisas, porque o Espírito Santo vai agir. A graça de Deus já está operando em você.

Ore assim durante todo este dia: "Senhor, traga à tona aqueles a quem eu preciso perdoar, porque, pela Sua graça, estou disposto a perdoá-los. Amém".

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova


Bento XVI abre oficialmente o Ano da Fé


O Papa Bento XVI abriu oficialmente o Ano da Fé com uma Santa Missa realizada no Vaticano na manhã desta quinta-feira, 11. A proposta do Pontífice é que este seja um tempo de reflexão para que fiéis católicos de todo o mundo possam redescobrir os valores da sua fé. 

Acesse
.: NA ÍNTEGRA: Homilia do Papa Bento XVI na abertura do Ano da Fé - 11/10/2012
.: Todas as notícias sobre o Ano da Fé 
.: Ver fotos no flickr

No dia em que também se comemoram os 50 anos do início do Concílio Vaticano II, o Papa presidiu a celebração eucarística com a participação de 400 concelebrantes. Entre eles, estavam alguns brasileiros, como o cardeal arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis, que também é presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. 

Fazendo memória ao jubileu de ouro do Concílio, um acontecimento que marcou a vida da Igreja, o Papa explicou que a celebração foi enriquecida com alguns sinais específicos. A procissão inicial quis lembrar a procissão dos Padres conciliares, houve a entronização do Evangeliário, que é uma cópia daquele utilizado durante o Concílio e a entrada das sete mensagens finais do Concílio e do Catecismo da Igreja Católica. 

“Estes sinais não nos fazem apenas recordar, mas também nos oferecem a possibilidade de ir além da comemoração. Eles nos convidam a entrar mais profundamente no movimento espiritual que caracterizou o Vaticano II, para que se possa assumi-lo e levá-lo adiante no seu verdadeiro sentido”, disse.

O Papa explicou que o Ano da Fé está em coerência com todo o caminho da Igreja nos últimos 50 anos, desde o Concílio, passando pelo Magistério do Servo de Deus, Paulo VI até chegar ao Jubileu do ano 2000, em que o Bem-Aventurado João Paulo II propôs à humanidade Jesus Cristo como único Salvador. 

“Jesus é o centro da fé cristã. O cristão crê em Deus através de Jesus Cristo, que nos revelou a face de Deus”, enfatizou o Papa. Ele lembrou que, como diz o Evangelho do dia, Jesus Cristo é o “o verdadeiro e perene sujeito da evangelização”. 
Por que ter um Ano da Fé?

Ainda na homilia, o Papa Bento XVI explicou que a Igreja proclama um novo Ano da Fé não para “prestar honras a uma efeméride”, mas sim porque é necessário, mais ainda do que 50 anos atrás. 

Isso porque nos últimos decênios o Papa lembrou que se tem visto o avanço de uma “desertificação” espiritual, um vazio que se espalhou. Mas estas situações, de acordo com o ele, permitem redescobrir a alegria e a importância de crer. 

“No deserto é possível redescobrir o valor daquilo que é essencial para a vida; assim sendo, no mundo de hoje, há inúmeros sinais da sede de Deus, do sentido último da vida, ainda que muitas vezes expressos implícita ou negativamente”.

Dessa forma, Bento XVI explicou que o modo de representar este Ano da Fé é como uma peregrinação nos desertos do mundo contemporâneo, em que se deve levar apenas o essencial. “... nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas - como o Senhor exorta aos Apóstolos ao enviá-los em missão (cf. Lc 9,3), mas sim o Evangelho e a fé da Igreja, dos quais os documentos do Concílio Vaticano II são uma expressão luminosa, assim como é o Catecismo da Igreja Católica, publicado há 20 anos”.

Concílio Vaticano II

Sobre o Concílio, Bento XVI destacou que seu objetivo não foi colocar a fé como tema de um documento específico. No entanto, ele explicou que o Concílio foi animado pela consciência e pelo desejo de “imergir mais uma vez no mistério cristão, para poder propô-lo novamente e eficazmente para o homem contemporâneo”. 

O Santo Padre também enfatizou que numa ocasião como esta de hoje, o mais importante é reavivar na Igreja aquele desejo ardente que se teve no Concílio de anunciar novamente Cristo ao homem contemporâneo. 

“Mas para que este impulso interior à nova evangelização não seja só um ideal e não peque de confusão, é necessário que ele se apóie sobre uma base concreta e precisa, e esta base são os documentos do Concílio Vaticano II, nos quais este impulso encontrou a sua expressão”. 


Virgem Aparecida: Nossa Mãe


A Virgem Maria sempre esteve presente na vida da Igreja, mas, nos últimos tempos, ela está ainda mais próxima de nós.

A devoção a Nossa Senhora Aparecida teve início em 1717, quando dois pescadores encontraram a imagem em suas redes, em Guaratinguetá, no rio Paraíba do Sul. Esta devoção foi muito importante pois o Brasil vivia uma época de transformações. O domínio por parte dos portugueses e a escravidão eram os maiores problemas enfrentados em nossas terras. Além disso, havia muita pressão por parte do império sobre a Igreja, que se opunha ao modo como o país era governado, principalmente em relação ao uso de escravos nos mais diversos trabalhos. Nesse contexto, a imagem milagrosa da Virgem Maria despertou a fé daquele povo sofrido.

Em 1760, os jesuítas foram retirados de seus trabalhos com os indígenas e, posteriormente, são expulsos do Brasil, por influência do Marquês do Pombal. Em 1777, sessenta anos depois da imagem da Virgem de Aparecida ser encontrada, o Marquês foi processado e condenado. Em 7 de setembro de 1822, depois de muitas dificuldades, foi declarada a independência do Brasil de Portugal. Poucos anos depois, em 1843, os jesuítas voltam para o Brasil. Cento e onze anos depois da condenação de Pombal, em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinava a lei Áurea, abolindo a escravatura.

Nesse tempo de grandes transformações na política e na religião do Brasil, o povo brasileiro, especialmente os afro-descendentes, os índios, e os mais pobres, sofriam com a miséria, a exploração e a perseguição religiosa. Nesses tempos difíceis, foi a devoção a Nossa Senhora Aparecida, e também outras devoções a Maria, que sustentaram a fé desse povo, mas também dos mais ricos e poderosos. A própria princesa Isabel era muito devota da Virgem Maria. A prova disso é que ela doou a Nossa Senhora Aparecida, em 1884, uma coroa de ouro e um manto anil, bordado em ouro e pedrarias, que simbolizam sua realeza da Mãe de Jesus.



Em 1712, na França, cinco anos antes da imagem de Nossa Senhora Aparecida ser encontrada, São Luís Maria Grignion de Montfort terminava de escrever seu “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, num contexto de pobreza e de perseguição religiosa. Esta devoção mariana sustentou a fé de muitas pessoas naquela época e, principalmente mais tarde, durante a Revolução Francesa, na qual os cristãos foram perseguidos e muitos morreram mártires. Esta também foi a devoção mariana de Santo Antônio de Santana Galvão, primeiro santo brasileiro, e de muitos dos cristãos católicos do Brasil, da França e de muitos outros  países. Graças à devoção mariana, muitos permaneceram fiéis a Cristo e à Igreja numa época muito difícil da história da humanidade.

Duzentos anos depois do início dos milagres atribuídos a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, em 13 de maio de 1917 a Virgem Maria aparece a três pastorezinhos em Fátima, Portugal. Num contexto de perseguição contra os cristãos e na iminência da primeira guerra mundial, Nossa Senhora pede a eles que propaguem a oração do Terço e incentivem o jejum e a penitência pelos pecadores. A devoção mariana sustentou a fé daquele povo e também dos países vizinhos, muitos deles devastados pela Primeira, e depois pela Segunda Guerra Mundial. 

Neste ano de 2012, quatro acontecimentos importantes parecem estar intimamente unidos pela providência divina. O primeiro e o mais importante, pois diz respeito a toda a Igreja, é o Ano da Fé, que se iniciou no dia 11 de outubro, aniversário de 50 anos do Concílio Vaticano II e véspera da Solenidade de Nossa Senhora Aparecida. O segundo, é a comemoração dos 300 anos do Tratado da Verdadeira Devoção, de São Luís Maria. O terceiro fato é o início dos preparativos para a comemoração dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, com a novena da Padroeira de 3 a 12 de outubro. O quarto fato importante são as aparições de Fátima, que completam 100 anos da primeira aparição em 2017, no mesmo ano dos 300 anos da Padroeira do Brasil.

A história atesta que a Virgem Maria, desde os inícios do cristianismo, foi aquela que sustentou e confirmou a fé dos discípulos de Jesus. Por isso, neste Ano da Fé, somos chamados a nos entregar inteiramente a Jesus Cristo pelas mãos de Nossa Senhora, como nos ensinou São Luís Maria. Ela nos ajudará a permanecermos fiéis nesses tempos difíceis em que vivemos. Nesse sentido, a grandiosa devoção popular de Aparecida parece se completar com a consagração pelo Tratado e com a espiritualidade de Fátima.  A devoção mariana no Brasil, que o Papa Bento XVI disse, na V Conferência de Aparecida, precisar de purificação, se completa com a entrega total a Jesus por Maria de São Luís Maria e com o triunfo do Coração de Maria no coração dos cristãos, como nos disse a Virgem em Fátima: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”.

O que é o Ano da fé, o porquê a Igreja celebra?

“Em Nazaré, conforme seu costume, no dia de sábado, foi à sinagoga e levantou-se para fazer a leitura. Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, encontrou o lugar onde está escrito: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Nova aos pobres: enviou-me para proclamar a libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação da vista; para dar liberdade aos oprimidos e proclamar um ano de graça da parte do Senhor”. Depois, fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Os olhos de todos, na sinagoga, estavam fixos nele. Então, começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir” (cf. Lc 4, 14-21; Isaías 61,1-2).

Celebrar O Ano da Fé é muito mais do que viver 365 dias como um ano civil, não é um tempo cronológico, mas um “ano da graça do Senhor”. É um Kairós, um tempo em que Deus através da Igreja nos chama para si, para determinada graça que quer renovar ou derramar sobre nós em vista de nossa conversão e de sua Vinda próxima, seguindo a necessidade dos tempos. Segundo a Tradição, o povo Hebreu vivia a cada sete anos um ano sabático, onde durante aquele ano, libertavam-se os presos, perdoavam-se as dividas, e tudo que os animais e a terra produziam pertencia ao Senhor. Era um ano de perdão e ação de graças.

Qual é a grande necessidade dos nossos tempos? “Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Durante a homilia da Santa Missa no início do pontificado, disse: “A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude” (cf. Jo 10,10). Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes setores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.” (cf. Porta Fidei n°2).

“Chegando ali, reuniram a comunidade. Contaram tudo o que Deus fizera por meio deles e como ele havia aberto a porta da fé”. (cf. At 14,27).
Pelo Batismo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo recebemos o Dom da Fé, que nos une a Cristo que é a PORTA para a plenitude da vida humana, pelo qual podemos nos dirigir a Deus como Pai e está concluída com a  passagem da morte para vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que com o dom do Espírito Santo quis nos fazer participantes de sua própria glória àqueles que creem. Essa é a nossa fé! O Batismo será o sacramento a ser renovado e vivido.

“Pelo batismo fomos sepultados com ele em sua morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dos mortos pela ação gloriosa do Pai, assim também nós vivamos uma vida nova”. (cf. Rm 6,4).

Reavivar o dom da fé através do encontro com a Pessoa de Cristo: Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva: Jesus respondeu: “Todo o que bebe desta água, terá sede de novo; (cf. Jo 4, 14). Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). De fato, em nossos dias ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento de Jesus: “Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna” (Jo 6, 27). E a questão, então posta por aqueles que O escutavam, é a mesma que colocamos nós também hoje: “Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?” (Jo 6, 28). Conhecemos a resposta de Jesus: “A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou” (Jo 6, 29). Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação (cf. Porta Fidei n°3).
Devemos viver este Ano da Fé abrindo o nosso coração ao convite da Mãe Igreja, para aprofundar a nossa fé, nas seguintes e importantes dimensões:
-A fé recebida como um Dom gratuito fruto principal do encontro pessoal com Jesus e do Sacramento do Batismo, que nos une a Cristo e a Sua Igreja;
- Renovar e aprofundar o dom da Fé: através de um caminho de escuta e diálogo com Deus e com os irmãos, pela Sagrada Escritura e pela sã Doutrina da Igreja, ouvindo os seus pastores e os sinais dos tempos;
- Celebrar a fé: no dia a dia celebramos a fé na oração e na celebração, principalmente dos Sacramentos, por excelência a Eucaristia, supremo Sacramento da fé. Este é um dos motivos do Ano da Fé. Celebrar o 50° do Concilio vaticano II na data de 11 de Outubro de 2012; Celebrar o 20° ano da publicação do Catecismo da Igreja Católicapromulgação pelo Beato João Paulo II; Celebrar o primeiro fruto deste ano da fé, Assembleia geral do Sínodo dos Bispos neste Mês de Outubro tendo como tema A nova evangelização para a transmissão da fé Cristã;
- Professar a fé: “Idealizou-o como um momento solene, para que houvesse, em toda a Igreja, “uma autêntica e sincera profissão da mesma fé”; quis ainda que esta fosse confirmada de maneira “individual e coletiva, livre e consciente, interior e exterior, humilde e franca” (Disc Paulo VI). Pensava que a Igreja poderia assim retomar “exata consciência da sua fé para reavivá-la, purificar, confirmar, confessar” (Disc Paulo VI). As grandes convulsões, que se verificaram naquele Ano, tornaram ainda mais evidente à necessidade duma tal celebração. Esta terminou com a Profissão de Fé do Povo de Deus, para atestar como os conteúdos essenciais, que há séculos constituem o patrimônio de todos os crentes, necessitam de ser confirmados (cf. Porta Fidei n° 4).
- Testemunhar a fé: estes conteúdos da fé “compreendidos e aprofundados de maneira sempre nova para se dar testemunho coerente deles em condições históricas diversas das do passado” (cf. Porta Fidei n° 4).
- Anunciar a fé: sempre com a Igreja e enviados por Ela os cristãos conscientes e renovados na sua fé anunciarão a Boa Nova com renovado ardor missionário atendendo aos apelos dos nossos tempos.
Motiva-nos o Santo Padre: Pareceu-me que fazer coincidir o início do Ano da Fé com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, “não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa”. Quero aqui repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: “Se o lermos e recebermos guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja” (cf. Porta Fidei n° 5).
Vamos unidos com toda a Igreja e confiantes trilhar este caminho, atravessar esta Porta, que implica comprometer-se num caminho que dura à vida inteira, pois “eu sei em quem coloquei a minha fé” (cf. 2Tm 1).
“Quero confiar à Santíssima Mãe de Deus todas as dificuldades que vive o nosso mundo na busca de serenidade e de paz; os problemas de tantas famílias que olham para o futuro com preocupação, os desejos dos jovens que se abrem à vida, os sofrimentos dos que esperam gestos e escolhas de solidariedade e de amor. Quero confiar à Mãe de Deus também este especial tempo de graça para a Igreja, que se abre diante de nós. Vós, Mãe do ‘sim’, que escutastes Jesus, falai-nos d’Ele, contai-nos sobre vossa estrada para segui-lo no caminho da fé, ajudai-nos a anunciá-lo para que cada homem possa acolhê-lo e se tornar morada de Deus. Amém!”. Papa Bento XVI


Como ser um católico bem formado?

Quanto mais conhecemos a Igreja, mais a amamos


           O autor da Carta aos Hebreus escreveu: “Ora, quem se alimenta de leite não é capaz de compreender uma doutrina profunda, porque é ainda criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que a experiência já exercitou na distinção do bem e do mal” (Hb 5, 13-14). Sem esse “alimento sólido”, que a Igreja chama de “fidei depositum” (o depósito da fé), ninguém poderá ser verdadeiramente católico e autêntico seguidor de Jesus Cristo.

              Não há dúvida de que a maior necessidade do povo católico hoje é aformação na doutrina. Por não a conhecer bem, esse mesmo povo, muitas vezes, vive sua espiritualidade, mas acaba procedendo como não católico, aceitando e vivendo, por vezes, de maneira diferente do que a Igreja ensina, especialmente na moral. E o pior de tudo é que se deixa enganar pelas seitas, igrejinhas e superstições.Em sua recente viagem à África, que começou em 17 de maio de 2009, 
              o Papa Bento XVI deixou claro que a formação é o antídoto para as seitas e para o relativismo religioso e moral. Em Yaoundé, em Camarões, o Sumo Pontífice disse que “a expansão das seitas e a difusão do relativismo – ideologia segundo a qual não há verdades absolutas –, tem um mesmo antídoto, segundo Bento XVI: a formação.” Afirmando que: “O desenvolvimento das seitas e movimentos esotéricos, assim como a crescente influência de uma religiosidade supersticiosa e do relativismo, são um convite importante a dar um renovado impulso à formação de jovens e adultos, especialmente no âmbito universitário e intelectual.” E o Santo Padre pediu “encarecidamente” aos bispos que perseverem em seus esforços por oferecer aos leigos “uma sólida formação cristã, que lhes permita desenvolver plenamente seu papel de animação cristã da ordem temporal (política, cultural, econômica, social), que é compromisso característico da vocação secular do laicado.”
               Desde o começo da Igreja os Apóstolos se esmeraram na formação do povo. São Paulo, ao escrever a S. Tito e a S. Timóteo, os primeiros bispos que sagrou e colocou em Creta e Éfeso, respectivamente, recomendoutodo cuidado com a “sã doutrina”. Veja algumas exortações do Apóstolo dos Gentios; a Tito ele recomenda: seja “firmemente apegado à doutrina da fé tal como foi ensinada, para poder exortar segundo a sã doutrina e rebater os que a contradizem” (Tt 1, 9). “O teu ensinamento, porém, seja conforme à sã doutrina” (Tt 2,1).

               A Timóteo ele recomenda: “Torno a lembrar-te a recomendação que te dei, quando parti para a Macedônia: devias permanecer em Éfeso para impedir que certas pessoas andassem a ensinar doutrinas extravagantes, e a preocupar-se com fábulas e genealogias” (Tm 1, 3-4). E “Recomenda esta doutrina aos irmãos, e serás bom ministro de Jesus Cristo, alimentado com as palavras da fé e da sã doutrina que até agora seguiste com exatidão” (1Tm 4,6). São Paulo ensina que Deus “quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2, 4).
               Sem a verdade não há salvação. E essa verdade foi confiada à Igreja: “Todavia, se eu tardar, quero que saibas como deves portar-te na casa de Deus, que é a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade” (1Tm 3,15). Jesus garantiu aos Apóstolos na Última Ceia que o Espírito Santo “ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16, 13) e “relembrar-vos-á tudo o que lhe ensinei” (Jo 14, 25). Portanto, se o povo não conhecer esta “verdade que salva”, ensinada pela Igreja, não poderá vivê-la. Mas importa que essa mesma verdade não seja falsificada, que seja ensinada como recomenda o Magistério da Igreja, que recebeu de Cristo a infalibilidade para ensinar as verdades da fé (cf. Catecismo da Igreja Católica § 981).Já no primeiro século do Cristianismo os Apóstolos tiveram que combater as heresias, de modo especial o gnosticismo dualista; e isso foi feito com muita formação. 
        São Paulo lembra a Timóteo que: “O Espírito diz expressamente que, nos tempos vindouros, alguns hão de apostatar da fé, dando ouvidos a espíritos embusteiros e a doutrinas diabólicas, de hipócritas e impostores [...]” (1Tm 4,1-2).A Igreja, em todos os tempos, se preocupou com a formação do povo. Os grandes bispos e padres da Igreja como Santo Agostinho, Santo Ambrósio, Santo Atanásio, Santo Irineu, e tantos outros gigantes dos primeiros séculos, eram os catequistas do povo de Deus. Suas cartas, sermões e homilias deixam claro o quanto trabalharam na formação dos fiéis.Hoje, o melhor roteiro que Deus nos oferece para uma boa formação é o Catecismo da Igreja Católica, aprovado em 1992 pelo saudoso Papa João Paulo II. Em sua apresentação, na Constituição Apostólica “Fidei Depositum”, ele declarou: “O Catecismo da Igreja Católica [...] é uma exposição da fé da Igreja e da doutrina católica, testemunhadas ou iluminadas pela Sagrada Escritura, pela Tradição apostólica e pelo Magistério da Igreja. Vejo-o como um instrumento válido e legítimo a serviço da comunhão eclesial e como uma norma segura para o ensino da fé”. 
         E pede: “Peço, portanto, aos Pastores da Igreja e aos fiéis que acolham este Catecismo em espírito de comunhão e que o usem assiduamente ao cumprirem a sua missão de anunciar a fé e de apelar para a vida evangélica. Este Catecismo lhes é dado a fim de que sirva como texto de referência, seguro e autêntico, para o ensino da doutrina católica […]. O “Catecismo da Igreja Católica”, por fim, é oferecido a todo o homem que nos pergunte a razão da nossa esperança (cf. lPd 3,15) e queira conhecer aquilo em que a Igreja Católica crê.
              ”Essas palavras do Papa João Paulo II mostram a importância do Catecismo para a formação do povo católico. Sem isso, esse povo continuará sendo vítima das seitas, enganado por falsos pastores e por falsas doutrinas. Mais do que nunca a Igreja confia hoje nos leigos, abre-lhes cada vez mais a porta para evangelizar; então, precisamos fazer isso com seriedade e responsabilidade. Ninguém pode ensinar aquilo que quer, o que “acha certo”; não, somos obrigados a ensinar o que ensina a Igreja, pois só ela recebeu de Deus o carisma da infalibilidade. Ninguém é catequista e missionário por própria conta, mas é um enviado da Igreja.Sem a fidelidade a ela, tudo pode ser perdido. Portanto, é preciso estar preparado, estudar, conhecer a Igreja, a doutrina, a sua História, o Catecismo, os documentos importantes, a liturgia, entre outros. Quanto mais conhecemos a Igreja e todo o tesouro que ela traz em seu coração, tanto mais a amamos.

A questão de Deus no continente digital


O "Lineamenta", redigido pela Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, em vista dos trabalhos da próxima Assembléia Geral Ordinária, dedica 4 parágrafos (59-62) ao tema das mídias no contexto da nova evangelização, com um títolo muito significativo: «As novas fronteiras do cenário comunicativo».


O documento reconhece que o atual mundo da comunicação "oferece enorme possibilidade e representa um dos grandes desafios da Igreja" (n.59), que as "novas tecnologias digitais deram origem a um verdadeiro e próprio espaço social, cujos laços são capazes de influir sobre a sociedade e sobre a cultura" (n.60) e que "da influência que eles exercem depende da percepção de nós mesmos, dos outros e do mundo" (n.60).Desta forma, emerge claramente à consciência que nos encontramos diante de uma cultura – as recentes interversões do Magistério Pontifício falam de uma "cultura digital" – tendo como origem as novas tecnologias comunicativas e que estas sejam um grande desafio para a comunidade eclesial.Mesmo porque durante os trabalhos da próxima Assembléia Geral Ordinária do Sinodos, coincide com o 50° aniversário de abertura do Concílio Ecumenico Vaticano II, isto me parece não só interessante, mas também uma oportunidade de retornar, antes de tudo, ao documuento fundante da reflexão eclesial sobre os instrumentos de comunicação social, direi o Decreto Conciliar "Inter Mirifica", aprovado em 4 de dezembro de 1963.Os padres conciliares, levando em consideração que se tratava das "maravilhosas invenções técnicas", que "dizem respeito, principalmente, ao espírito humano e que abriram novos caminhos para comunicar fácilmente notícias, idéias e ordens" (n.1), também são amplamente conscientes de que tem muita ressonância com os "instrumentos que, por sua natureza podem movimentar não somente uma singola pessoa, mas também às multidões e a toda a sociedade humana" (n.1) e "que contribuem eficazmente para unir e cultivar os espíritos e propagar e afirmar o reino de Deus" (n.2).Nesta perspectiva, o Decreto afirma que a Igreja "considera parte da sua missão servir-se dos instrumentos de comunicação social para pregar aos homens a mensagem de salvação e ensinar-lhes o uso recto destes meios" (n.3)Esta visão das mídias como "instrumentos" prevalecerá nos anos seguintes do Magistério, ou seja, a Instrução Pastoral sobre as Comunicações Socias "Communio et Progressio", publicada pela Pontifícia Comissão para as Comunicações Sociais, em 23 março 1971, e a Instrução Pastoral "Aetatis Novae" publicada pelo Pontifício Conselho das Comunicações Sociais – este é o seu novo nome – em 22 de fevereiro de 1992, e as várias intervenções do Papa Paulo VI.Seria suficiente recordar, a este propósito, uma significativa passagem da exortação Apostólica "Evangelii Nuntiandi" onde o Papa Paulo VI, referindo-se aos meios de comunicação sociais, afirma que "Postos ao serviço do Evangelho, tais meios são susceptíveis de ampliar, quase até ao infinito, o campo para poder ser ouvida a Palavra de Deus e fazem com que a Boa Nova chegue a milhões de pessoas" (n.45). A questão é tão séria e fundamental para a comunidade dos discípulos do Senhor que o Papa não tem nenhuma dificuldade de reconhecer que: "A Igreja viria a sentir-se culpável diante do seu Senhor, se ela não lançasse mão destes meios potentes que a inteligência humana torna cada dia mais aperfeiçoados. É servindo-se deles que ela "proclama sobre os telhados", a mensagem de que é depositária. Neles encontra uma versão moderna e eficaz do púlpito" (n.45).Grande parte do mundo comunicativo mudará radicalmente com o descobrimento e a ampla difusão das novas tecnologias que, como ressaltam os estudiosos, não serão mais vistos como simples instumentos, mas transformados em verdadeiros e próprios ambiente de vida.Somente os dois últimos Sumos Pontífices – o Beato João Paulo II e Bento XVI - , a colocar na luz estes acontecimentos no campo da comunicação e perceberem, com lucidez pastoral, os consequentes desafios e oportunidades para a ação evangelizadora da Igreja.O Beato João Paulo II, na Carta Apostólica "O rápido desenvolvimento", (2005) relevou com clareza que: "os meios de comunicação social alcançaram tal importância que se tornaram para muitos o principal instrumento de guia e de inspiração para os comportamentos individuais, familiares e sociais. Trata-se de um problema complexo, visto que esta cultura nasce, ainda antes do que dos conteúdos, do próprio facto que existem novos modos de comunicar com técnicas e linguagens inéditas" (n.3).Portanto, "A Igreja (...) não está chamada unicamente a usar os mass media para difundir o Evangelho mas, hoje como nunca, está chamada também a integrar a mensagem salvífica na "nova cultura" que os potentes instrumentos da comunicação criam e amplificam. Ela sente que o uso das técnicas e das tecnologias da comunicação contemporânea é parte integrante da sua missão no terceiro milênio" (ibidem, n.2).

É bom fazer promessas?


As promessas não obrigam Deus a nos dar o que Ele não quer
As pessoas perguntam: O que a Igreja diz sobre as promessas? A Igreja as aprova quando realizadas adequadamente. Os santos faziam promessas. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que: “Em várias circunstâncias o cristão é convidado a fazer promessas a Deus… Por devoção pessoal o cristão pode também prometer a Deus este ou aquele ato, oração, esmola, peregrinação, etc. A fidelidade às promessas feitas a Deus é uma manifestação do respeito devido à majestade divina e do amor para com o Deus fiel” (CIC § 2101).
Há passagens bíblicas que contêm promessas. Jacó faz uma promessa a Deus: “Jacó fez então este voto: “Se Deus for comigo, se ele me guardar durante esta viagem que empreendi, e me der pão para comer e roupa para vestir, e me fizer voltar em paz casa paterna, então o Senhor será o meu Deus. Esta pedra da qual fiz uma estela será uma casa de Deus, e pagarei o dízimo de tudo o que me derdes” (Gn 28,20-22).Ana, a mãe do profeta Samuel, fez um voto: “E fez um voto, dizendo: Senhor dos exércitos, se vos dignardes olhar para a aflição de vossa serva, e vos lembrardes de mim; se não vos esquecerdes de vossa escrava e lhe derdes um filho varão, eu o consagrarei ao Senhor durante todos os dias de sua vida, e a navalha não passará pela sua cabeça” (1Sm 1,11).
Alguns salmos exprimem os votos ou as promessas dos orantes de Israel (Sl 65, 66, 116; Jn 2,3-9). “Se oferecerdes ao Senhor alguma oferenda de combustão, holocausto ou sacrifício, em cumprimento de um voto especial ou como oferta espontânea…” (Nm 15,3).
“Se uma mulher fizer um voto ao Senhor ou se impuser uma obrigação na casa de seu pai, durante a sua juventude, os seus votos serão válidos, sejam eles quais forem. Se o pai tiver conhecimento do voto ou da obrigação que se impôs a si mesma será válida. Mas, se o pai os desaprovar, no dia em que deles tiver conhecimento, todos os seus votos… ficarão sem valor algum. O Senhor perdoar-lhe-á, porque seu pai se opôs” (Nm 30,4-6).
No entanto, havia a séria recomendação para que se cumprisse o voto ou a promessa feita. “Mais vale não fazer voto, que prometer e não ser fiel à promessa” (Ecl 5,4). São Paulo quis submeter-se às obrigações do voto do nazireato: “Paulo permaneceu ali (em Corinto) ainda algum tempo. Depois se despediu dos irmãos e navegou para a Síria e com ele Priscila e Áquila. Antes, porém, cortara o cabelo em Cêncris, porque terminara um voto” (At 18,18).